Novembro está terminando de escorrer do meu calendário, e não sei o que fazer. Não consigo mais segurar um ano sequer de minha vida, eles se transformam, não deixam que eu os perceba até que seja tarde demais. E por acaso não é a minha vida que está pasando lá adiante, carregada por mais um ano maluco e disfarçado de rotina?? Nem sei se o meu interesse vai me deixar perceber que logo mais já é janeiro.
Lá fora as pessoas falam alto nas ruas, tentando nos deixar a par de suas vidas inconscientemente: "Mas eu já lhe disse, Marta, não faça isso, Marta!". e quem será a tal Marta, que povoa a fala deste cidadão inconformado?? Será que ela vive numa casa onde as paredes são de giz, como a Beatriz, e ele as apagou, como apagou a Marta de sua vida, e ela ainda não se conformou que já não é mais moça?? Eu queria entrar no pensamento das pessoas, interpretar-lhes melhor, saber dizer o que não querem, subvertê-las, controlar-lhes as almas. Como hobby. Como prazer. Minha maldade não é física, mas sim puramente mental, de controle, de possessão.
O ano termina e eu sonho com minha exterminação parasitológica, meu delicioso fracasso social e minhas ambições pequenas e imediatistas. Espero que no próximo ano todos nossos sonhos se realizem, num clichê natalino e artificial.
Thandara, só.
sábado, 24 de novembro de 2007
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